sábado, 31 de março de 2012

A violência contra os idosos


     O Dia Internacional de Combate à Violência contra a Pessoa Idosa, comemorado em 15 de junho, foi marcado por grandes atos, em muitas partes do País. Esta é uma ótima oportunidade para que a sociedade se conscientize sobre o problema e promova discussões que ajudem a mudar um quadro preocupante.
     Atualmente, 15 anos após a edição da Lei de Política Nacional do Idoso e 6 anos após o Estatuto do Idoso, ainda está em fase inicial a adoção de práticas garantidoras dos direitos do idoso no Brasil. Dados do IBGE dão conta que, no Brasil, o contingente de idosos tem crescido de forma acelerada. Estima-se que, até 2020, o País conte com 40 milhões de pessoas acima de 60 anos, passando a ser o sexto país com mais idosos no mundo.
     E, dentre os principais problemas enfrentados pelos idosos, o maior deles é o da violência, que não ocorre somente aqui. No Brasil, hoje, as violências e os acidentes constituem 3,5% dos óbitos de pessoas idosas, ocupando o sexto lugar na mortalidade, depois das doenças do aparelho circulatório, das neoplasias, das enfermidades respiratórias, digestivas e endócrinas. Morrem mais de 13 mil idosos por acidentes e violências por ano, significando, por dia, uma média de 35 óbitos, dos quais 66% são de homens e 34%, de mulheres.
     Cerca de 10% dos idosos que morrem por violência são vítimas de homicídios, sendo que na maioria dos casos, são homens. No Brasil, as informações sobre doenças, lesões e traumas provocadas por causas violentas em idosos ainda são pouco consistentes. Pesquisadores chegam a estimar que 70% das lesões e traumas sofridos pelos velhos não comparecem às estatísticas. Em nosso País, há 93 mil idosos que se internam por ano por causa de quedas (53%), violências e agressões (27%) e acidentes de trânsito (20%).
     Aqui, mais de 95% das pessoas acima de 60 anos estão morando com seus parentes ou vivem em suas próprias casas. Em 26% de todas as famílias, existe pelo menos uma pessoa com mais de 60 anos. Estudos parciais feitos no País mostram que a maioria das queixas dos idosos é contra filhos, netos ou cônjuges e outros 7% se referem a outros parentes.
     As denúncias enfatizam em primeiro lugar abusos econômicos, como tentativas de apropriação dos bens do idoso ou abandono material cometido contra ele. Em segundo lugar, agressões físicas e, em terceiro, recusa dos familiares em dar-lhes proteção. A maioria das violências físicas cometidas pelos filhos está associada a alcoolismo, deles próprios ou dos pais idosos.
     No que concerne à especificidade de gênero, todas as investigações mostram que, no interior da casa, as mulheres, proporcionalmente, são mais abusadas que os homens. E, ao contrário, na rua, eles são as vítimas preferenciais. Em ambos os sexos, os idosos mais vulneráveis são os dependentes física ou mentalmente, sobretudo quando apresentam problemas de esquecimento, confusão mental, alterações no sono, incontinência e dificuldades de locomoção, necessitando de cuidados intensivos em suas atividades da vida diária. Em conseqüência dos maus tratos, muitos idosos passam a sentir depressão, alienação, desordem pós-traumática, sentimentos de culpa e negação das ocorrências e situações que os vitimam e a viver em desesperança.
     Por isso, é preciso reafirmar que falar de violência é fortalecer políticas estabelecidas, por exemplo, pelo Estatuto do Idoso, que queremos ver cumprido cada vez mais. Assim, existem hoje suficientes dispositivos legais e normativos para o enfrentamento da violência, assim como vão se implantando estratégias de proteção como os Conselhos Nacionais e Locais de Direitos dos Idosos, os “SOS – Idoso”, os “Ligue – Idoso” e muitos outros. No entanto, há uma imensa distância entre as leis e portarias e sua implementação. Muitas transformações previstas implicam mudanças de hábitos, usos e costume, portanto, outra mentalidade.
     Além disso, deve ser estimulada a formação de uma verdadeira rede de proteção em todos os municípios, com órgãos como Promotorias do Idoso, Varas do Idoso, Defensorias do idoso, Conselhos de Direitos do Idoso, atendimento domiciliar ao idoso, residência temporária para idosos vítimas de violência, Centro-dia para atendimento de idosos que necessitam de atendimento diário especializado e contínuo, oficina abrigada de trabalho para que o idoso complemente a sua renda, casas-lares, capacitação de cuidadores de idosos e conselheiros, reserva de leitos em hospitais gerais e atendimento especializados nos consultórios dos hospitais públicos, os quais devem possuir médicos geriatras.
     A interlocução entre todos esses órgãos e instituições torna-se essencial para a garantia dos direitos dos idosos, bem como para a inserção nos orçamentos dos recursos necessários para o atendimento das demandas das pessoas idosas. O maior antídoto contra a violência é a ampliação da inclusão na cidadania.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Brinde bem ácido tim tim

Um brinde para mulheres que morrem agredidas.
Um brinde a igreja que é contra o aborto.
Um brinde as crianças que são estupradas pelo pai.
Um brinde as mulheres que conquistaram a sua liberdade e pagam um preço muito caro.
Um brinde as mulheres
Um brinde as mulheres negras,
Um brinde as mulheres negras, mães solteiras, pobre e lésbicas.
Um brinde as mulheres que são espancadas no grito do silêncio.
Um brinde as que não tem orgasmo.
Um brinde as que tem partes de seu corpo decepadas desde a infância como ato cultural.
Um brinde as que usam burcas que oprimem, escondem uma ideologia marcada pelo conservadorismo e machismo.
Um brinde as meninas de dez anos que estão vendendo seu corpo a dez centavo.
Um brinde as contradições do sistema capitalista que mercantiliza as mulheres.
Um brinde as mulheres que morreram na inquisição, consideradas bruxas e conheciam o orgasmo.
Um brinde as líderes negras que foram aniquiladas.
Um brinde as mulheres que não tem o direito a abortar...
Um brinde as mulheres que não tem o direito a engravidar.
Um brinde as mulheres que não sempre trabalharam e não tem direito a reivindicar
Um brinde as mulheres que são latinas americanas, africanas..
Um brinde as mulheres que são a frente de seu tempo .
Um brinde as mídias que colocam as mulheres negras sempre ligadas a cozinha, a trabalho domésticos...
Um brinde as mulheres que ousam mudar.
Um brinde as mulheres que estão no mercado de trabalho, que recebem menos que os homens.
Um brinde as mulheres negras que recebem bem menos que mulheres brancas.
Um brinde as mulheres que são destruídas psicologicamante.
Estou bêbada de tanto ácido.
Morri de overdose.
Tim tim.



¹ Brinde bem ácido foi feito em cima de uma poesia de Leomir Dornellas
 Autora:LILIAN BARBOSA



Questão de Enegrecimento

Então  para questão de enegrecimento, pode-se relatar que esse blog foi construído com um intuito que transceder a atividade acadêmica, passada como tarefa de casa. Nosso blog visa discutir, informar, entreter, combater, questionar, militar, entender,estudar, denunciar,declarar... sobre questões desde a ética profissional e miltância estudantil no Serviço Social, mas ampliando com luta da categoria. Esperamos que esse blog vá além da disciplina e que sirva como mais uma ferramenta de  conhecimento.

Combate as Opressões

Encontro Regional de Estudantes do Serviço Social