quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Diário de Campo

O diário de campo é um documento de suma importância no cotidiano da intervenção profissional, pois, proporciona aos profissionais a oportunidade de sistematizar de forma resumida as ações profissionais diariamente. Além disso, este documento se apresenta como fundamental para obtenção de dados, que posteriormente poderão ser analisados, pois ao permitir a sistematização da intervenção profissional desenvolvida pelos Assistente Sociais e estudantes no processo de investigação sobre a realidade social dos sujeitos; esses dados se transformam em documentos pessoais do profissional. Esse documento não deve se restringir somente a meras observações e agendamento de tarefas. Ele transcende este processo, pois, pode conter as reflexões do cotidiano da atuação profissional, articuladas a dimensão teórica e a uma crítica da realidade. Isto posto, este documento pode ser impulsionador de avanços na intervenção profissional. Diário de campo: notas sobre o seu significado O Diário de Campo deve ser organizado segundo Falkembac : 1) Descrição, sistematizar de forma superficial os fatos narrados pelos usuário no decorrer do atendimento, 2) Interpretação do observado: é importante explicitar, conceituar, observar e estabelecer relações entre os fatos e as consequências e 3) Registro das conclusões preliminares das dúvidas, imprevistos, desafios tanto para um profissional específico e ou para a equipe, quanto para a instituição e sujeitos envolvidos no processo. Dinamizando a documentação Esta dimensão diz respeito a como sistematizar de forma objetiva os dados do cotidiano da intervenção profissional do Assistente Social. Assim, podemos apontar como dinamizador, o detalhamento da atuação, ou seja, do atendimento prestado ao usuário. É importante ressaltar que vários aspectos da vida deste usuário não necessariamente precisam ser expostos no documento, apenas o necessário para que possa ser sinalizado quais atitudes o profissional deverá realizar. Ao realizarmos entrevistas com professores das disciplinas de Orientação e Treinamento Profissional da Escola de Serviço Social, podemos perceber que em relação ao diário de campo e os alunos em estágio, foi apontado a dificuldade de articular a teoria crítica com as informações disponibilizadas no documento elaborado por esses alunos. Neste sentido, apontamos como uma saída a constante educação continuada dos alunos, sempre tentando articular a realidade social e teoria, ou seja, teoria e prática. Quando a atenção está voltada para o momento da documentação da intervenção profissional, precisa-se necessariamente, ir além da mera descrição, bem como devem ser acrescidos a ela novos elementos. Por exemplo, no diário de campo, o detalhamento dos dados do usuário não é tão relevante, mas o é o detalhamento de como o é realizado o seu atendimento. Lewgoy e Arruda (2004, p. 124) destacam que o diário de campo se constitui em uma ponte que estabelece diversas conexões entre teoria-prática/academia- campo de estágio/supervisão. Através dele são evidenciados subsídios para a intervenção crítica no real e para a orientação da ação profissional. As dúvidas e dificuldades devem ser registradas e consideradas como elementos importantes no cotidiano profissional porque conduzem à reflexão e análise que, por sua vez, potencializa a interlocução teórica e o encontro de novos caminhos para a resolução de um problema. O detalhamento da intervenção no diário de campo permite observar e analisar criticamente como se planejam e se executam as ações profissionais, e ainda perceber as dificuldades e limitações do profissional frente ao serviço, como também as limitações do serviço frente às demandas concretas dos usuários. O registro e o detalhamento dos encaminhamentos no diário de campo propiciam um constante re-visitar dos dados, o que contribui para ampliar as ações de modo a aproximá-las da resolução problemas da demanda. No diário de campo pode conter reflexões cotidianas que, quando relidas teoricamente, podem traduzir-se em avanços tanto na intervenção quanto na teoria. Utilizado por diversos profissionais, tanto na antropologia, quanto a educação e outros, não é um documento exclusivo dos Assistente Sociais. Concluindo, não haverá sentido se os profissionais não reconhecerem a documentação como um instrumento fundamental para a consecução e a qualificação das ações profissionais e não a incorporarem na sua rotina. A documentação é dinâmica e flexível e cabe ao profissional adequá-la ao seu cotidiano.

Acessibilidade no bairro da Lapa. Cegos e cadeirantes não tem o seu direito de ir e vir resguardado pelo município.

Nossa intenção é investigar, através de um projeto de pesquisa, as características e implicações das obras para reurbanização/revitalização de toda área central, sobretudo no bairro Lapa, devido aos eventos que a cidade do Rio de Janeiro viverá nos próximos anos, e mostrar se essas obras estão contemplando de forma democrática as pessoas com deficiência, sobretudo, os cadeirantes e os cegos de modo geral. Tendo como foco esse bairro, que apesar de ser considerado uma área de todas as tribos, a partir do que observamos, percebemos a ausência desses atores em toda essa área, o que é chamada a atenção é que este baixo é referência na cidade em cultura, bares dos mais variados, casas de show, teatros entre outros espaços para entretenimento. Nossa justificativa e motivação para a escolha desse tema, é que após nossas observações pelo bairro da Lapa, no primeiro semestre do ano de 2012, percebemos que as obras que estão sendo feitas, não vem contemplando os deficientes principalmente os cadeirantes e cegos, que não vem tratando de forma democrática o acesso à cidade. Esperamos problematizar assim, a maneira como a acessibilidade desses atores é tratada de maneira secundária, e com obras tão pontuais talvez esses usuários continuem sem a garantia de que terão o seu direito de ir vir resguardado.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Delubio, Dirceu e Genoino são condenados




A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber acompanhou o voto do relator, ministro Joaquim Barbosa, e condenou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares pelo crime de corrupção ativa (oferecer vantagem indevida) durante a sessão desta quinta (4) do julgamento do processo do mensalão.
Para ela, há provas de que a antiga cúpula do PT atuou em repasses de dinheiro a políticos aliados com a finalidade de fortelecer a base.de apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional.
“O conjunto probatório deste processo, na minha visão, aponta no sentido da existência de conluio para a corrupção de deputados federais com vistas à obtenção de apoio político. [...] Há indícios que gritam nesses autos”, disse.
A ministra também votou pela condenação de Marcos Valério, acusado de ser o operador do suposto esquema, e seus sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, além do advogado Rogério Tolentino e da ex-diretora das agências de Valério Simone Vasconcelos.
Antes de Rosa Weber, votaram o relator e o revisor, ministro Ricardo Lewandowski. O grupo de Marcos Valério e o tesoureiro do PT foram condenados por ambos os magistrados, mas Lewandowski inocentou em seu voto o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-ministro José Dirceu.
Rosa Weber, assim como Joaquim Barbosa e Lewandowski, inocentou o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, acusado de intermediar repasses ao PTB em troca de apoio ao governo, por falta de provas. Geiza Dias, ex-funcionária de Valério e já absolvida da acusação de lavagem de dinheiro, também foi absolvida pela ministra.
Ainda faltam os votos de sete ministros. Para que um réu seja condenado ou inocentado, são necessários os votos de ao menos seis magistrados – veja como votou cada ministro e o que diz a acusação e a defesa sobre cada réu.
A sessão desta quinta demorou um pouco mais para começar em razão do apagão que atingiu o Distrito Federal. No começo da sessão, três geradores garantiam o fornecimento da energia no STF. Pouco antes das 17h a situação foi normalizada e o tribunal não dependia mais de geradores, uma vez que o fornecimento de energia elétrica já havia se normalizado.

Texto tirado do site:
http://www.correiodoestado.com.br/noticias/delubio-dirceu-e-genoino-sao-condenados_162069/